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Mitologia: Hermes

Introdução

Na vasta tapeçaria da mitologia grega, poucas figuras são tão intrigantes e multifacetadas quanto o deus Hermes, um dos Doze Deuses do Olimpo. Reverenciado como o mensageiro dos deuses, que cuidava dos mensageiros e arautos, era o guardião das encruzilhadas e patrono dos viajantes, ladrões, pastores e cultos misteriosos e era ele que transmitia as almas dos mortos para o submundo.

Hermes transcendeu as fronteiras da mitologia para deixar uma marca indelével na cultura e na imaginação humana. A sua história e atributos revelam um ser que une habilidades singulares com uma personalidade cativante, tornando-o um dos deuses mais venerados e amados do panteão grego.

Neste artigo, exploraremos os diversos aspetos que cercam a figura misteriosa de Hermes, desde as suas origens até o seu lugar na cultura popular.


Etimologia

A compreensão da essência de Hermes começa com uma análise da própria etimologia do seu nome.

O termo “Hermes” tem raízes antigas e intrincadas, que remontam ao grego antigo, parece ter originado no período micénico, o período mais antigo da história grega (cerca de 1600–1100 A.C.). Foi escrito pela primeira vez como “e-ma-ha” na escrita silábica Linear B usada antes da invenção do alfabeto grego.

Deriva da palavra grega “herma”, que se refere a pilares de pedra ou pedestais usados para marcar fronteiras, encruzilhadas e locais de culto. Essas estruturas muitas vezes apresentavam uma cabeça esculpida, frequentemente com o rosto de Hermes, com órgãos genitais masculinos, simbolizando a fertilidade e a proteção divina.

Esta associação com fronteiras e encruzilhadas reflete a natureza multifacetada de Hermes, que transcende os limites entre diferentes esferas da vida e da mitologia. A sua capacidade de guiar os viajantes através de terrenos desconhecidos e as suas atribuições como mensageiro entre os deuses e os mortais fortalecem ainda mais essa ligação.


Epítetos de Hermes

Hermes é frequentemente mencionado com epítetos que destacam as suas diversas qualidades.

O epíteto literário mais comum de Hermes era Argeiphontēs, que significa “assassino de Argus”. Isso está relacionado ao famoso mito em que Hermes foi mais esperto e matou o guarda de cem olhos Argus (ver mais em baixo).

Outros epítetos importantes relacionados à mitologia de Hermes incluíam Atlantiadēs, que significa “descendente de Atlas” (a mãe de Hermes, Maia, era filha do titã Atlas), e Cyllēnios, que significa “Cileno” ou “do Monte Cilleno” (o Monte Cilleno era um importante centro de culto de Hermes, às vezes dito ter sido o seu local de nascimento).

Outros epítetos descreviam atributos importantes de Hermes. Estes incluíam dolios (“complicado”), angelos e diactoros (“mensageiro”), eriounios (seja “rápido” ou “benéfico” – o significado é incerto) e chrysorrhapis (“ele da varinha dourada”).

Finalmente, Hermes ostentou numerosos epítetos religiosos e de culto que descreviam as suas muitas funções como um deus. Entre eles estavam hodios (“o da estrada”), oneiropompos (“condutor dos sonhos”), poimandrēs (“pastor dos homens”), agoraios (“o do mercado”).

Outro desses epítetos é “Psychopompos“, que significa “condutor de almas“. Este papel remete à sua função de guiar as almas dos mortos até o submundo, estabelecendo-se como uma figura essencial no ciclo da vida e da morte.


Romanização como Mercúrio

À medida que a cultura grega se difundiu pela região mediterrânea, Hermes foi gradualmente absorvido pelo panteão romano, sendo identificado com o deus Mercúrio. Essa fusão deu origem a uma rica interação de características mitológicas e culturais, enriquecendo ainda mais o perfil do deus mensageiro.

O entendimento da etimologia de Hermes lança luz sobre os aspetos fundamentais da sua natureza e atribuições.


Atributos de Hermes

Os atributos de Hermes são tão variados quanto as suas responsabilidades no panteão grego. Ele é um deus polifacetado, cujas habilidades e características o tornam único e cativante.

(ca. 480-470 aC) Zeus (centro) Íris (à direita) e Hermes (à esquerda), agora no Museu do Louvre. Ilustração de François Lenormant.

Domínios

Hermes é conhecido por governar uma ampla gama de domínios, destacando-se como o deus de:

  • Mensagens e Comunicação: Como mensageiro dos deuses, Hermes desempenhava um papel crucial na comunicação entre os reinos divino e humano. Ele é aquele que entrega notícias, ordens e informações entre os deuses e os mortais.
  • Comércio e Lucro: Além das mensagens, Hermes é considerado o patrono dos comerciantes, abençoando as transações comerciais e facilitando a troca de bens e riquezas.
  • Viajantes e Exploradores: Sendo também o protetor dos viajantes, Hermes é invocado por aqueles que embarcam em jornadas incertas. Ele guia os viajantes e os protege durante as suas aventuras.
  • Ladinos e Larápios: Uma das faces menos convencionais de Hermes é sua associação com os ladrões e os espertos. Ele é muitas vezes visto como um protetor dos trapaceiros e dos que atuam à margem da sociedade.

Iconografia e Símbolos

A iconografia de Hermes é rica em simbolismo, capturando as complexidades da sua personalidade e funções. Alguns dos símbolos mais emblemáticos associados a Hermes incluem:

  • Cáduceo: Um cajado entrelaçado por duas serpentes, o cáduceo é um símbolo de paz, negociação e equilíbrio. Este é um dos atributos mais distintivos de Hermes, reforçando a sua função como mensageiro divino.
  • Talaria: As asas nos tornozelos de Hermes, conhecidas como talaria, conferiam-lhe grande velocidade e mobilidade. Elas representam a sua capacidade de viajar rapidamente entre os mundos dos deuses e dos mortais.
  • Chapéu Alado: O icónico chapéu alado, conhecido como petasus, simboliza a liberdade de movimento e o domínio sobre o céu.
  • Ovelhas e Cabras: Hermes também é associado a ovelhas e cabras, lembrando o seu papel como deus pastor, que protegia e cuidava dos rebanhos.

Os atributos e símbolos de Hermes são uma manifestação visual da sua vasta influência e habilidades. A sua imagem e representações continuam a ressoar através da arte e da cultura, mantendo viva a sua rica herança mitológica.


A Família de Hermes

A compreensão da história de Hermes vai além das suas habilidades e atributos. A sua família desempenha um papel fundamental na moldagem da sua personalidade e nas narrativas que o envolvem.

Origem e Árvore Genealógica de Hermes

A história da origem de Hermes é permeada por intrigas e mistérios, refletindo a natureza complexa e multifacetada do deus. O seu nascimento está envolto numa série de versões mitológicas que explicam a sua ascendência divina.

Na maioria das narrativas, Hermes é filho de Zeus, o rei dos deuses, e Maia, uma das Plêiades, as sete filhas do titã Atlas. Maia era frequentemente associada à deusa da fertilidade e do crescimento, e é através desta conexão que Hermes herda a sua versatilidade e habilidades.

Contudo, o nascimento de Hermes é marcado por um traço de travessura e astúcia. De acordo com a mitologia, Hermes nasceu numa gruta isolada nas primeiras horas da manhã, e logo demonstrou a sua natureza ágil ao sair da gruta e aventurar-se por todo o mundo. A sua rápida evolução e a sua habilidade de ludibriar e enganar estão enraizadas na sua astúcia desde o momento do seu nascimento.

A árvore genealógica de Hermes também se ramifica em diversas direções, estabelecendo conexões com outros deuses e figuras mitológicas. Como filho de Zeus, Hermes torna-se irmão de divindades como Atena, Apolo e Dionísio. Esses laços familiares delineiam as interações complexas entre as divindades olímpicas e acrescentam profundidade às histórias e relações presentes no panteão.

A descendência de Hermes também se estende para suas uniões amorosas e escapadelas mitológicas. Os seus filhos incluem:

  • Pã: Um deus rústico associado à natureza selvagem e à música.
  • Hermaphroditus: Uma figura andrógena que personifica a fusão de características masculinas e femininas.

Essas ramificações genealógicas ressaltam a influência ampla de Hermes em várias esferas da mitologia e da natureza.

A história da origem e árvore genealógica de Hermes destaca o lugar especial que ele ocupa na hierarquia divina, conectando-o a outros deuses e figuras importantes. À medida que exploramos mais a sua família, mais mergulharemos em narrativas que ilustram a sua participação em eventos cruciais da mitologia grega.


Hermes e o Roubo do Gado de Apolo

Uma das lendas mais icónicas é a história do roubo do gado de Apolo. Esta narrativa captura não apenas a astúcia e a inventividade de Hermes, mas também estabelece uma relação complexa entre os dois deuses.

Hermes e Apollo de Francesco Albani (1623–1625).

A história começa logo após o nascimento de Hermes na gruta, onde o jovem deus demonstra um talento natural para a intrujice e a astúcia. Esta foi uma das suas primeiras aventuras onde ele engana Apolo, seu meio-irmão. Hermes, sendo o deus das fronteiras e das encruzilhadas, estava curioso para explorar territórios desconhecidos e na primeira noite após o seu nascimento, sai da sua gruta. Ao aventurar-se na escuridão, Hermes encontra uma tartaruga, da qual raspou a carne da sua carapaça e colocou nela juncos e tendões de animais. Assim criou a primeira lira, um instrumento para sempre associado à cultura grega antiga.

A próxima paragem de Hermes foi nas pastagens da Tessália, onde o seu meio-irmão Apolo mantinha os seus rebanhos de gado.

Hermes, com a sua habilidade inata de dissimulação, desenvolveu um plano engenhoso para se apropriar do gado de Apolo. Para isso, amarrou folhas de choupo aos cascos dos animais, a fim de disfarçar as suas pegadas e confundir qualquer tentativa de o encontrarem. Além disso, ele também criou sandálias para si, feitas de madeira, invertendo-as para que as pegadas levassem os seus perseguidores na direção oposta.

Quando Apolo percebeu que o seu gado havia sido roubado, rapidamente percebeu que lidava com um adversário inteligente e habilidoso. Mesmo assim, consegue encontrar Hermes e confrontou-o. No entanto, Hermes utiliza a sua sagacidade para enganar Apolo, alegando que era apenas um recém-nascido e que não era capaz de roubar o gado.

Hermes continuava a negar o seu crime, por isso Apolo apelou a Zeus, que muitas vezes arbitrava as desavenças entre os deuses. Considerando Hermes culpado, Zeus ordenou ao jovem deus que devolvesse o gado. Encurralado, Hermes ofereceu a Apolo a sua lira, uma oferta que o seu meio-irmão aceitou ansiosamente. Foi assim que Apolo pegou pela primeira vez a lira, o instrumento que usaria para se tornar o maior de todos os músicos e se tornaria num dos símbolos mais icónicos associados a ele.

Essa história do roubo do gado de Apolo não apenas destaca a inteligência e a esperteza de Hermes, mas também estabelece uma relação de respeito e admiração entre os dois deuses. Ela exemplifica como as divindades gregas muitas vezes se envolviam em jogos de astúcia e negociação, ilustrando as complexas dinâmicas do panteão.


Hermes e a Morte de Argus

A história da morte de Argus é uma narrativa fascinante que destaca a astúcia e a destreza de Hermes, assim como a maneira como ele usou as suas habilidades para realizar tarefas difíceis e enfrentar desafios aparentemente insuperáveis.

Argus, conhecido como “Argos Panoptes“, era um gigante com cem olhos, dos quais apenas uma fração dormia de cada vez. Ele foi incumbido por Hera, a rainha dos deuses, com a tarefa de vigiar a ninfa Io, que havia sido transformada numa vaca por Zeus para protegê-la dos ciúmes de Hera.

Hermes, instigado por Zeus, tinha a missão de libertar Io das garras de Argus. Ele percebeu que enfrentar diretamente os olhos de Argus seria uma tarefa impossível, mas com a sua astúcia característica, ele planeou uma artimanha engenhosa.

Hermes aproximou-se de Argus, apresentando-se como um viajante interessado em ouvir histórias. Ele começou a tocar uma flauta e a cantar, atraindo a atenção dos olhos sonolentos de Argus. À medida que a música de Hermes envolvia o gigante, um a um, os olhos foram-se fechando, até que todos dormiram, com exceção de dois.

Hermes então contou uma história hipnotizante sobre as suas próprias façanhas e aventuras, mantendo os dois olhos restantes de Argus fixos nele. Com habilidade e paciência, ele conseguiu entorpecer esses dois olhos finais, fazendo com que Argus finalmente adormecesse por completo.

Com Argus adormecido, Hermes usou o seu famoso cajado, o cáduceo, para tirar a vida de Argus, pondo fim à sua vigília incessante. Hera lamentou a perda do seu fiel guardião e homenageou-o transformando os olhos em plumas, usadas para decorar a cauda do pavão, uma ave sagrada para ela.

Hera e Argus – Peter Paul Rubens (1577-1640)

A morte de Argus ressalta a habilidade de Hermes em usar a inteligência e a astúcia para superar obstáculos aparentemente intransponíveis. A sua capacidade de enganar e ludibriar, aliada a seu charme e habilidades musicais, tornaram-no uma figura notável no panteão grego.


Hermes e os Deuses do Olimpo

A presença de Hermes no panteão grego é marcada por interações e relações variadas com outros deuses do Olimpo. A sua natureza multifacetada e habilidades únicas o tornaram um intermediário crucial em várias situações divinas.

Hermes e Zeus: Como filho de Zeus, Hermes mantinha uma relação próxima com o seu pai. Zeus frequentemente confiava a Hermes tarefas importantes, como o resgate de Perséfone do submundo ou a neutralização do gigante Argus. A relação pai-filho entre Zeus e Hermes sublinha o papel de Hermes como um mensageiro divino e executor das vontades de Zeus.

Hermes e Apolo: A relação entre Hermes e Apolo foi marcada por competições e conflitos, mas também por respeito mútuo. A famosa história do roubo do gado de Apolo por Hermes exemplifica a astúcia de Hermes e a maneira como ele era capaz de superar desafios. A relação complexa entre os dois deuses destaca as suas diferenças e similaridades, tornando-os personagens cativantes da mitologia grega.

Hermes e Atena: A relação entre Hermes e Atena também é digna de nota. Eles compartilhavam atribuições relacionadas à sabedoria e ao conhecimento, e muitas vezes eram vistos como aliados em questões divinas. Atena, a deusa da sabedoria, frequentemente confiava em Hermes para realizar tarefas que exigiam astúcia e perspicácia.

Hermes e Dionísio: Hermes e Dionísio também tinham uma relação interessante. Ambos deuses eram patronos de atividades teatrais, e a sua conexão com a música e o entretenimento frequentemente os aproximava. No mito da infância de Dionísio, Hermes desempenhou um papel fundamental ao ajudar a proteger o deus recém-nascido.

Hermes e Hera: Hermes também teve interações com Hera, a rainha dos deuses. A história do roubo do cinto de Hera por Hermes revela a sua destreza em manipular situações delicadas, enquanto também sugere a sua capacidade de desafiar até mesmo as divindades mais poderosas.


Hermes em Homero

A presença de Hermes na literatura clássica grega, especialmente nas obras de Homero, desempenha um papel significativo na compreensão do seu papel no panteão grego. Homero, um dos maiores poetas épicos da Grécia Antiga, apresenta Hermes como uma figura intrincada e versátil nas suas epopeias “Ilíada” e “Odisseia”. Vamos explorar o retrato detalhado de Hermes nesses poemas.

Hermes na “Ilíada”:

Em “Ilíada”, Homero descreve Hermes principalmente como o mensageiro dos deuses. Um trecho notável ocorre no canto XXIV, quando Hermes é enviado por Zeus para guiar o espírito do herói troiano Príamo ao acampamento grego, onde ele procura o corpo do seu filho Heitor para um funeral adequado. O papel de Hermes como guia de almas e facilitador da comunicação divina é enfatizado aqui. O trecho ilustra a importância de Hermes como uma ligação entre os deuses e os mortais, mostrando a sua função de transporte de mensagens e assistência em momentos críticos.

“Hermes, o Condutor de Almas, guiou o espírito real, o velho Príamo, invisível aos olhos de todos, mas visível para Hermes, que o levou pelo caminho sagrado dos ventos até onde jaziam muitos heróis mortos.”

Hermes na “Odisseia”:

Na “Odisseia”, Hermes desempenha um papel ainda mais proeminente. No canto I, Hermes é enviado por Zeus para transmitir a ordem de libertar Odisseu da ilha da ninfa Calipso. O discurso de Hermes para Calipso destaca a sua eloquência e a sua autoridade como mensageiro divino. Ele ordena que Calipso permita que Odisseu retorne à sua terra natal, ressaltando a vontade dos deuses e a importância do destino.

“Zeus te envia esta mensagem: liberta sem demora o destemido Odisseu para que ele volte para casa.”

Outra passagem memorável ocorre no canto X, quando Hermes entrega uma planta mágica a Odisseu para protegê-lo dos efeitos das drogas que Circe usa para transformar os homens em porcos. Hermes aconselha Odisseu sobre como resistir à magia de Circe, mostrando a sua perspicácia e preocupação pelos mortais.

“Leva esta planta, de cujo poder te falei, até Circe… Ela não te fará mal, e com esta planta estarás protegido.”

Além disso, Hermes é frequentemente mencionado como um deus protetor dos viajantes e um guia em momentos de necessidade, como quando Odisseu e os seus companheiros buscam orientação e ajuda.

Os retratos de Hermes na “Ilíada” e na “Odisseia” oferecem uma visão profunda das suas habilidades como mensageiro divino, condutor de almas e protetor dos mortais. O modo como Homero caracteriza Hermes contribui para a compreensão da sua importância e complexidade dentro do mundo mitológico.


A Veneração de Hermes

Festivais em Honra de Hermes

A adoração a Hermes ocupava um lugar significativo na cultura grega, manifestando-se através de festivais e celebrações realizados em sua honra. Estes eventos proporcionavam um espaço para as pessoas expressarem a sua devoção e reconhecimento pelas muitas facetas de Hermes. Alguns dos festivais mais notáveis dedicados a Hermes incluem:

Hermaia: Os Hermaia eram festivais anuais realizados em Atenas em honra de Hermes. Estes eventos variavam em natureza, incluindo competições atléticas, apresentações musicais e representações teatrais. A ênfase na música e na destreza atlética refletia as qualidades multifacetadas de Hermes como patrono dos viajantes, músicos e atletas.

Hermaios: Celebrado na ilha de Samos, o festival Hermaios era uma homenagem a Hermes como protetor dos marinheiros e viajantes. Durante este evento, barcos eram decorados com hermas (estátuas de pedra de Hermes) e eram realizadas competições de remo e vela. O festival ressaltava a importância de Hermes para os navegantes e exploradores.

Templos

A devoção a Hermes também se manifestava por meio de templos construídos em sua honra. Embora não fosse tão proeminente quanto outros deuses principais, Hermes tinha templos em várias partes da Grécia. Dois dos templos mais notáveis eram:

Templo de Hermes em Olímpia: Localizado em Olímpia, o local dos Jogos Olímpicos antigos, este templo era dedicado a Hermes como o deus dos atletas. Os atletas frequentemente ofereciam sacrifícios a Hermes antes das competições, buscando a sua proteção e bênção.

Templo de Hermes em Tânagra: Em Tânagra, uma cidade da Beócia, um templo era dedicado a Hermes, onde se acreditava que ele protegia as estradas e as encruzilhadas. Hermes como um guardião dos viajantes, era especialmente venerado neste local.

Através de festivais e templos, a veneração de Hermes como um deus versátil e influente era evidente na sociedade grega. As celebrações e os espaços sagrados dedicados a ele demonstravam a sua importância nas vidas das pessoas, assim como a sua conexão com várias esferas da vida quotidiana.


Cultura Popular

A influência de Hermes na cultura popular é evidente através de várias manifestações contemporâneas que ecoam o seu papel multifacetado na mitologia grega. A sua natureza como mensageiro, guia dos viajantes, patrono dos atletas e figura astuta encontra ressonância em diversas formas de arte, literatura, entretenimento e referências culturais.

1. Literatura e Entretenimento: Hermes continua a ser uma figura intrigante na literatura moderna e no entretenimento. Ele aparece em romances, histórias em banda desenhada, séries de televisão e filmes que exploram a sua personalidade excêntrica, a sua agilidade e as suas interações com outros deuses. Muitas vezes, essas representações modernas buscam capturar a complexidade e o carisma de Hermes, proporcionando um olhar contemporâneo sobre a sua mitologia.

2. Herança Linguística: O nome “hermético” tem origem no deus Hermes, devido à sua conexão com a transmissão de conhecimento esotérico e segredos. A palavra “hermético” é frequentemente usada para descrever algo fechado ou selado, refletindo o uso das hermas (estátuas de Hermes) como marcos em encruzilhadas e fronteiras.

3. Referências em Nomes e Marcas: Referências a Hermes são frequentemente encontradas em nomes de empresas, marcas e produtos, especialmente em setores como logística, comunicação e transporte. A associação com a agilidade, a velocidade e a entrega está presente nessas escolhas de nomenclatura.

4. Inspirando Criatividade: A figura de Hermes inspira criatividade em artistas visuais, escritores e músicos. As suas habilidades e aventuras fornecem temas ricos para a expressão artística, resultando em obras que exploram a sua natureza mítica e as suas interações no mundo dos deuses e dos mortais.


Conclusão

Hermes, o deus mensageiro da mitologia grega, transcende os séculos e continua a fascinar e inspirar através de várias formas de expressão cultural. A sua versatilidade, astúcia e conexões intrincadas com outros deuses estabelecem uma rica tapeçaria de histórias e representações. Desde festivais antigos até manifestações modernas, a influência de Hermes é uma prova duradoura da importância das narrativas mitológicas na compreensão e na criação de significado na nossa sociedade.

Ao explorarmos os diversos aspetos de Hermes, desde a sua origem mitológica até a sua presença na cultura popular, abrimos portas para uma apreciação mais profunda da riqueza da mitologia grega e da maneira como ela continua a desempenhar um papel vital na nossa compreensão da natureza humana e da experiência humana.

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