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Astronomia: que telescópio não devo comprar?

Por já ter andado, de uma forma até “obsessiva”, e durante muitos anos neste hobby, tenho por vezes muitas pessoas como amigos, conhecidos e até escolas que me pedem ajuda para aprender a usar os telescópios, uns que receberam no Natal ou num determinado aniversário, outros porque os descobriram, esquecidos dentro de um armário qualquer a juntar pó. Todas as vezes que isto acontece — obviamente que nem sempre — acabo por enfrentar o complicado problema de: como dizer gentilmente a alguns deles que o que eles têm é mais adequado para servir de bibelot do que para astronomia.

Eu sei, é difícil de acreditar, mas para quem se inicia neste hobby, por vezes pode ser pior ter um telescópio do que não ter. Eu entendo a tentação, passo recorrentemente por isso. E o pensamento normal é: — Se vou iniciar-me num determinado hobby, porque não devo comprar logo aquele “maquinão”? É caro. É grande. Obviamente é o melhor!

Este é um dos muitos exemplos do que não deve comprar. Pode ser visto à venda habitualmente em hipermercados.

STOP! É aqui que devemos parar para pensar e ouvir de quem já anda nisto há muito tempo, neste caso eu 😁 se quiser ter uma bela noite sob o céu estrelado e ainda quer aprender algo, deve começar sempre pela escolha de um bom livro guia, um par de binóculos ou até mesmo ficar apenas a observar o céu a olho nu. A sério!

Se nunca usou um telescópio, rapidamente vai aprender que não é fácil imediatamente manuseá-lo e apontá-lo para o que pretende observar — tirando, vá lá à Lua ou o poste de iluminação pública em frente à sua casa.

Já estive em muitos encontros de astronomia onde vi pessoas a passarem a noite toda tentar encontrar algo, qualquer coisa, para olhar, muitas vezes passando o tempo todo a mexer no buscador (a mira), ocasionalmente em posições que fariam inveja a qualquer ginasta, em vez de estar a desfrutar da observação do céu.

Poderá tornar-se muito frustrante se pensar que tem à sua frente um equipamento tão poderoso e que não o consegue usar, especialmente nestes encontros, onde os céus são habitualmente deslumbrantes e carregados de estrelas. Com algumas noites assim, qualquer um decidirá que astronomia não é divertida. Mas acredite que é!

Erros frustrantes podem ser evitados se estiver disposto a aprender em como começar neste hobby da forma correta. Assim como tantas outras coisas na vida um pouco de educação poderá ajudá-lo. Se é um iniciante e dispõe de algum do seu tempo, leia este texto todo até ao fim antes de comprar um telescópio. Apenas quero ajudá-lo a evitar algumas deceções. Fazer uma escolha informada poderá no fim dar-lhe um telescópio que lhe proporcionará durante anos muitas noites de diversão.

Então perguntará, que telescópio se deve deixar na prateleira quando quiser passar ao próximo passo? Bem, muitos fatores podem conjugar-se para formar um pacote terrivelmente péssimo, mas os principais entre eles são a abertura — sendo o diâmetro do tudo do telescópio, as oculares — sendo as lentes que proporcionam a amplificação da imagem e a montagem — sendo a parte que suporta e permite a movimentação do tubo ótico.

Vamos então começar?

A ABERTURA — O DIÂMETRO DO TUBO ÓTICO

A principal função de um telescópio é reunir luz e comprimi-la num pequeno feixe e direcioná-lo para o seu olho — ou para outro sistema de captura de imagem (ex. uma máquina fotográfica). Quanto mais luz for acumulada mais poderá ver!

Portanto, a regra em geral é, quanto maior a abertura (o diâmetro da lente objetiva ou espelho primário), melhor será a qualidade da imagem do telescópio. Isso é verdadeiro até certo ponto. Por exemplo, se você comprar uma luneta muito grande ela será difícil de manusear, penoso de carregar para a rua e difícil de configurar para uso. E tudo o que mais deseja é que o telescópio tenha o tamanho certo para o seu nível de interesse e habilidade.

Não se deixe levar pela publicidade apelativa. “Grande abertura de 70mm” é uma grande farsa. Escolha sempre com abertura igual ou acima dos 80mm.

Qualquer telescópio abaixo de cerca de 3 polegadas (76 mm) de abertura — o diâmetro dos telescópios está normalmente indicado em polegadas 😒 “americanices” — é definitivamente muito pequena para fornecer uma visão agradável de qualquer coisa além da Lua e alguns aglomerados de estrelas mais brilhantes. Estes pequenos telescópios são também tendencionalmente de baixa qualidade, as lentes e objetivas não são corrigidas, e as suas imagens exibem cores berrantes em volta de objetos brilhantes (cromatismo) e muitas vezes nem chegam a ter um foco nítido.

Portanto, aponte esta: como regra geral, mantenha a sua escolha nas aberturas acima dos sete centímetros.

Como é óbvio, como em tudo na vida, há sempre algumas exceções. Há alguns telescópios pequenos no mercado, muito sofisticados, a maioria deles otimizados para astrofotografia. Como conseguir distingui-los? É fácil, basta olhar para a etiqueta do preço e verá imediatamente qual é qual.

A maioria dos pequenos telescópios que são “problemáticos” tendem a ser os da categoria dos refratores, conhecidos como lunetas (são os que têm uma lente objetiva na frente do tubo — os refletores são os que têm um espelho na parte inferior, no interior do tubo).

Telescópio Refletor de 114mm da Marca Orion, com espelho parabólico.

Como os discos de vidro para os de espelho são mais fáceis e mais baratos de se fazer do que as lentes, basicamente em qualquer faixa de preço, os telescópios refletores tendem a ser maiores. Portanto, é comum poder ver-se um refletor de gama baixa com cerca de 4″ de diâmetro (101 mm). Talvez o tamanho mais comum seja o de 4,5″ (114 mm). Um telescópio de abertura de 4,5″ já é bastante bom para um primeiro telescópio e já terá a possibilidade de ver várias centenas de objetos celestes.

Tal como existem refratores maus, também há refletores maus.

E o que é que torna um refletor num bom telescópio? Bem talvez a parte mais importante seja a parte ótica, neste caso o espelho, e aqui também temos várias escolhas que podemos fazer. Um espelho primário esférico é mais barato de fazer por causa do seu “design” mais simplista, mas os problemas óticos são mais comuns e a qualidade das imagens pode sofrer com isso.

Muitos telescópios refletores ainda vêm com os espelhos esféricos, mas os melhores que são os que têm o rácio focal mais “lento”, digamos, por exemplo, f/8 ou superior (ou seja, a distância focal do telescópio é 8 vezes o diâmetro do espelho). Mas mesmo assim um espelho parabólico será superior. Se um fabricante de telescópios, mesmo dos mais simples, se der ao trabalho de parabolizar o espelho primário, então é provável que seja um telescópio razoavelmente bom.

Há, no entanto, um tipo de refletor que deverá evitar a todo custo: o refletor do tipo “Jones-Bird”. Um telescópio refletor Jones-Bird (às vezes também chamado Bird-Jones) é uma variação do “design” que usa uma lente-espelho (catadióptrica) no “design” newtoniano tradicional vendido no mercado de telescópios amadores. Este “design” usa um espelho primário esférico no lugar de um parabólico, com aberrações esféricas corrigidas por lentes corretivas de sub-abertura geralmente montadas no tubo do focador ou na frente do espelho secundário. Esse “design” reduz o tamanho e o custo do telescópio com um comprimento geral mais curto do tubo do telescópio (com o corretor estendendo a distância focal num layout do tipo “telefoto”) combinado com um espelho esférico menos caro. As versões comercialmente produzidas deste “design” são notadas como sendo oticamente muito comprometidas devido à dificuldade de produzir um corretor de sub-abertura com formato correto num telescópio direcionado ao mercado barato dos telescópios.

Já observei por alguns refletores deste tipo em alguns encontros de astronomia e devo confessar que nenhum tinha imagens decentes, sendo que recomendo vivamente que mantenha as suas devidas distâncias de segurança deste tipo de equipamentos 😉.

AS OCULARES — O QUE EVITAR

Alguns dos tipos de oculares mais comuns. Vista em corte para poder observar o número de lentes e a construção ótica.

Nos primórdios da era dos telescópios, as oculares eram peças muito simples, de elementos únicos de vidro que atuavam essencialmente como lentes de aumento e permitiam examinar a imagem criada no plano focal pela lente objetiva ou pelo espelho primário. Nos dias de hoje, essencialmente as oculares modernas fazem exatamente o mesmo trabalho, mas no seu fabrico são tecnologicamente mais avançadas e usam muito mais elementos de lente para corrigir as franjas de cor e outras aberrações óticas inerentes aos sistemas.

É habitual as oculares Huygens virem marcadas com a letra H. Esteja atento e evite-as.

Os diferentes “designs” de oculares proporcionam diferentes campos de visão. Alguns, como o “design” ortoscópico, é quase equivalente como olhar através de um pequeno tubo de refrigerante, enquanto outros “designs” de campos amplos e exóticos são quase como enfiar a cabeça na janela de observação em forma de bolha da Estação Espacial Internacional.

Antes de comprar o seu novo telescópio, veja se o conjunto de oculares incluído é bom ou mau, porque aqui pode estar também um indicador de como deve ser a sua escolha. A maioria dos “maus” conjuntos vêm com oculares do tipo “Huygens”. Estas oculares eram uma verdadeira “coqueluche” quando Christiaan Huygens as inventou… em 1660!

Estas oculares são muito básicas e é um “design” considerado completamente obsoleto. Este tipo de ocular tem vários problemas, como um afastamento de pupila muito curto (significa que tem quase de “esmagar” o olho na ocular para conseguir ver qualquer coisa), alta distorção de imagem, aberração cromática e um campo de visão aparente muito estreito.

No mínimo poderá escolher oculares do tipo Kellner, ou preferencialmente, as do tipo Plössl. As oculares Plössl são provavelmente as melhores oculares com o melhor rácio qualidade / valor que poderá obter.

Oculares com menos lentes deixam passar mais luz até ao seu olho, mas as com combinações óticas mais complexas geralmente têm campos de visão mais amplos e uma distância pupilar maior.

Outro cuidado a ter é as oculares com diâmetros pequenos. As oculares devem ter o diâmetro do seu barril de pelo menos 1,25″ ou 2″ — isto significa que devem caber em focadores 1,25″ ou 2″. Há ainda muitos telescópios no mercado com oculares de 0,965″, que na sua maioria são sempre lixo e depois são difíceis de substituir por “designs” de melhor qualidade devido a essa limitação de tamanho.

Portanto, a regra aqui é: escolher oculares pelo menos do tipo Plössl com diâmetros de barril entre 1,25″ e 2″.

AMPLIAÇÃO — AUMENTANDO A IMAGEM

Ponto assente: não pode ter só uma ocular! E porquê? Porque as oculares são o meio de como irá controlar a ampliação do seu telescópio. A ampliação pode ser calculada de forma simples, basta dividir a distância focal da ocular pela distância focal do telescópio. Por exemplo, um se um telescópio de tiver 900 mm de distância focal e usar nele uma ocular de 25 mm:

(900 / 25 = 36) ou seja 36x

Teste a fórmula na calculadora ao lado. Pode ainda testar outras distâncias focais e comprove os resultados.

d/f Telescópio
mm
d/f Ocular
mm

Uma das coisas que poderia pensar inicialmente ao fazer estas contas é que se comprar uma ocular com uma distância focal pequena, por exemplo, de 4 mm, obteria uma ampliação de 225x. Matematicamente isto é verdade, mas potências maiores trazem outros problemas.

Um deles é que, quanto maior a potência, menor é o campo de visão, o que significa que com essa ocular de 4 mm veria apenas uma parte do aglomerado de estrelas das Plêiades – M45, ou apenas uma pequena parte da Galáxia de Andrómeda – o M31. Outro problema causado pelas grandes ampliações é a qualidade da imagem, é mais difusa.

Simulação de como poderia ver estes objetos num telescópio de 80 mm com uma distância focal de 900 mm e uma ocular de 4 mm, com 42.º de campo de visão.

M31 – Galáxia de Andrómeda
M45 – Plêiades
M13 – Enxame do Hércules

Qualquer telescópio com alguma qualidade permitirá que possa alcançar 50× por cada polegada de abertura antes que comece a ter os problemas de campo curto e de imagem difusa. Uma luneta de 3″ permitiria que você usasse num valor máximo teórico cerca de 150×. Qualquer coisa, para além disso, estará apenas a ampliar uma imagem cada vez mais difusa – um fenómeno conhecido como ampliação vazia. Assim, isto significa que um telescópio de 3″ de diâmetro com 900 mm de distância focal na melhor das hipóteses poderá usar uma ocular até 6 mm (900/6 = 150).

Portanto, esta é uma dica importante para quando estiver no supermercado das oculares às compras.

Fuja como o “diabo da cruz” deste tipo de telescópios!

Então e aquele anúncio no site ou na caixa do telescópio, que apregoa aos ventos a brutal ampliação do telescópio? Se o telescópio for de uma abertura de 3″ e é anunciado que faz uma estonteante potência de 675× de ampliação, agora já sabe, uma verdadeira treta. Siga em frente.

A maioria dos “assassinos” deste hobby virão equipados com uma ocular de 4 mm, sendo quase inútil por si só, mas também virão com uma lente Barlow. Esta lente usada em conjunto com uma qualquer ocular, aumenta ainda mais a ampliação. A maioria das lentes Barlow multiplicam por 2× a potência. Então a sua ocular de 4 mm mais a Barlow naquela luneta de 900 mm dariam uma impressionante potência de 450× ou (900/4) × 2. Ainda se lembra da nossa regra de 50× por polegada? Precisamente, precisaria de um telescópio de pelo menos 9 polegadas (22,86 cm) de diâmetro para poder usar a potência de 450× de forma efetiva.

Simulação de como poderia ver estes objetos num telescópio de 114mm com uma distância focal de 500mm e uma ocular de 25mm, com 50º de campo de visão.

M31 – Galáxia de Andrómeda
M45 – Plêiades
M13 – Enxame do Hércules

O que você quer para o seu telescópio é uma boa ocular de baixa potência, provavelmente uma ocular do tipo Plössl de 32 mm ou 25 mm, e uma ocular de média potência, uma Plössl de 10 mm. Poderá ir aumentando a sua coleção à medida que ganha experiência ao longo do tempo. Não caia na tentação de comprar logo toda uma coleção inteira de oculares, porque além do investimento inicial ser muito grande, nunca irá necessitar de usar todas elas.

A MONTAGEM

O meu telescópio numa montagem azimutal, durante uma demonstração pública.

Vou fazer aqui uma declaração que aborrece muitos dos “iluminados” que por aí andam: uma montagem equatorial é uma má escolha para um principiante deste hobby. Deixe essa escolha para mais tarde, só depois do seu hobby florescer e evoluir. Digamos que mais tarde você concentra-se na observação planetária ou até tenha começado a dedicar-se à astrofotografia, aí poderá felizmente considerar pagar umas dezenas de milhares de Euros pela melhor montagem equatorial do planeta Terra (se os seus bolsos forem suficientemente fundos). Mas, para quem está a começar, as montagens equatoriais são simplesmente horríveis. São difíceis de montar, difíceis de usar, difíceis de transportar e as mais baratas são mais instáveis ​​do que uma folha de palmeira ao vento.

As montagens equatoriais não são apenas difíceis de usar, mas também são as mais difíceis de compreender para qualquer principiante. Simplesmente porque, tentar descobrir como orientar a coisa durante algumas horas pode matar o entusiasmo de muitos aspirantes a astrónomos.

Um exemplo da montagem Dobsoniana AZ

Portanto, o que eu recomendo é que não compre um telescópio montado equatorialmente até que esteja neste hobby já há algum tempo. Ou até nunca: a maioria dos observadores não precisa de uma montagem com rastreamento equatorial. No meu caso, apesar de ter vários telescópios com vários tipos de montagens, o que mais uso está atualmente montado numa simples e fácil de usar montagem AZ (Altitude-Azimutal).

As montagens Altitude-Azimutal (alt-az, ou AZ) fazem parte do caminho a percorrer. Para refratores, isto significa que terá uma montagem sólida num tripé estável que lhe irá permitir inclinar o telescópio para cima e para baixo e girá-lo para a esquerda e para a direita de uma forma fácil e intuitiva.

Numa boa montagem AZ o telescópio deverá mover-se suavemente e deve parar quando você parar de o empurrar, sem saltar para trás e sem balançar. Se tocar na extremidade do tubo do telescópio e levar mais do que 3 ou 4 segundos para estabilizar, isso é um alerta de que não quererá essa montagem.

Para os refletores, a montagem Dobsoniana AZ é a escolha que deve optar. É basicamente uma montagem de “estilo de canhão” e funciona eficazmente. Ela é estável, suave e intuitiva.

MONTAGENS COMPUTADORIZADAS

Bem-vindo ao futuro! OK, se já nasceu depois do início deste século, isto para si, irá parecer-lhe muito normal, e provavelmente já vive no “futuro”, mas para quem nasceu no século passado (ui) – Bem-vindo ao futuro! É normal que encontre muitos “assassinos” deste hobby total ou parcialmente informatizados, com APP’s ou sem APP’s, com Wi-Fi ou ligação ethernet, USB e Bluetooth, tudo serve para captar a sua atenção.

Não é necessariamente o computador incorporado que o torna num “assassino” deste hobby, embora possa se a montagem for um “lixo”, o que a maioria dos que são realmente demasiado baratos tem. Acontece que colocar uma pequena luneta de péssima qualidade numa montagem computorizada não faz com que a luneta tenha um desempenho melhor.

“Sem nenhum conhecimento necessário!” os anúncios dirão – “Milhares de objetos em memória!” e a sua mente já vagueia na imaginação cósmica – “Com ligação à internet, viaje pelo universo” e já está com o cartão de crédito na mão. Vá com calma, saia dessa hipnose e vamos poupar uns trocos!

Primeiro, saiba que a maioria de nós que entra na astronomia vem para aprender coisas, e segundo nem tudo o que é dito na publicidade é tão real como parece, nem o processo é assim tão linear.

Stellina, talvez um dos telescópios tecnologicamente mais avançados do mundo, disponível para astrofotógrafos amadores.

Com um telescópio GO-TO (o ir para) de baixo custo é provável que aprenda mais sobre como usar um computador e talvez até ganhe algumas habilidades de reparação mecânica e informática, mesmo antes de dar uma olhada pelo telescópio. Isto é verdade, vá a um qualquer encontro de astronomia e nos dias de hoje é sempre super fácil de encontrar alguém que passa a noite inteira, a maioria em vão, a tentar fazer que o computador funcione corretamente, e nunca a conseguir a o olhar para onde é mais importante, para o céu.

Por outro lado, uma boa montagem computorizada pode ser uma experiência incrível (a minha carteira sabe o que falo). Vários fabricantes agora constroem sistemas inteligentes que reconhecem o campo estelar quando você liga o telescópio e sabem com segurança para onde ir quando você lhes diz o que deseja ver. Inclusivamente, já há um punhado deles que até astrofotografia fazem de forma tão automática que basta clicar num botão.

Contudo, bons sistemas custam uma boa quantia de dinheiro (alguns custam tanto como um bom carro ou uma casa), e é muito improvável que você obtenha um bom equipamento do género a um preço acessível para principiantes.

RECOMENDAÇÕES FINAIS:

Como o rácio qualidade / preço é muito mais elevado num telescópio de espelhos, a minha recomendação é que escolha como o seu primeiro telescópio um refletor.

Orion StarBlast 4.5 Astro

O telescópio refletor da marca Orion, o StarBlast Astro de 4.5” é um bom equipamento para começar. É fácil de transportar, fácil de configurar, fácil de usar e o preço é bastante razoável. Estes telescópios dão boas imagens e sobrevivem a muito uso.

Se tem um pouco de mais dinheiro no seu orçamento e não se importa de ter um telescópio maior, opte por um Dobsoniano de 6″ ou 8″. Eu gosto particularmente das linhas SkyQuest ou SkyLine, também da Orion, mas há outros fabricantes que também fazem bons telescópios Dobsonianos – vale a pena dar, por exemplo, uma olhadela nos telescópios da série SkyLiner da marca Skywatcher.

Eu recomendo que escolha um de 6″, é um bom telescópio, e ainda se pode considerar que seja portátil e vai ter muito uso para lhe dar.

No entanto, se é uma pessoa que gosta de comer uns bons bifes e tem músculos suficientes para carregar algo com um peso um pouco maior, escolha o de 8″, se o tratar bem ele vai durar por toda a sua vida e raramente o deixará mal visto. Já agora, com o Dobsoniano, obtenha uma boa ocular Plössl de 10 mm para combinar com a de 25 mm que vem geralmente acompanhada com ele.

O telescópio Orion SkyQuest XT8 Classic Dobsoniano.

Sem dúvida que existem outros telescópios que são igualmente bons para principiantes por aí. Mas também há muito lixo – por isso seja cauteloso e evite comprar algo que, seja de uso único e depois serve para pendurar roupa no armário ou como um bibelot coletor de pó lá na sala. Se deseja começar em astronomia, certifique-se em obter um telescópio de principiante para um hobby satisfatório, não um telescópio “assassino” de hobby.

Tem alguma frustração que gostaria de partilhar da sua experiência com telescópios? Deixe o seu comentário em baixo. Obrigado.

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