Moinho Abandonado
Paulino de FigueiredoUm monte à beira do mar,
Que se alonga, no horizonte
Imenso, belo, azulado,
Lá no mais alto do monte,
Um moinho abandonado.Rodou, rodou tanto, tanto,
De velas largas, no monte,
E tanto milho moeu,
Que a rodar gastou os anos,
E a moer envelheceu.Foi rico. Teve já oiro
Aos sacos e às arcas cheias.
Mas espalhou seu tesoiro
– Farinha do milho loiro –
Por casais e por aldeias.Tantos a quem, sem contar,
Deu seu suor e o seu pão,
A mãos largas, sem usura,
Nem um o vem visitar,
Ninguém agora o procura.Ali está triste, triste …
Nesse desgosto profundo
De quem traz no coração,
Cravado, pungente, fundo,
O espírito da ingratidão.Um dia o pobre-coitado
De tão cansado, parou.
Esqueceu-o o povoado,
E até mesmo o moleiro
Ingrato, o abandonou!Búzios e cordas quebraram.
Foram-se-lhe as mós e as velas,
O capelo, o mastro e a porta,
Que tudo aos pobres levaram
Os anos, mais as porcelas!Lembra-me aquele moinho,
Tal qual assim alguém,
– Mágoa que nada consola –
Que vivendo a trabalhar
Acaba a pedir esmola.
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Dava um óptimo observatório!!
uau onde fica? nesse local para noites de observação deve de ser fantástico
Olá. Fica em Porto de Mós, que aliás, nesta altura do ano está muito bonito por lá. Todo carregado de um verde primaveril.