Theta Coronae Borealis, também conhecida como T Coronae Borealis (T CrB) ou “Blaze Star”, está a captar muita atenção dos astrónomos em 2024 devido à expectativa de um evento raro de nova que pode ocorrer ainda este ano.
T CrB é um sistema binário composto por uma anã branca e uma gigante vermelha. A cada cerca de 80 anos, a anã branca acumula matéria da gigante vermelha até que ocorre uma explosão de nova. Esse evento já aconteceu em 1866 e 1946. Agora, os astrónomos observam que a estrela tem mostrado sinais de aumento de brilho desde 2015 e um escurecimento subsequente em março de 2023, seguindo um padrão similar ao das explosões anteriores (NASA) (Space.com).
A explosão esperada será visível a olho nu, e a sua magnitude poderá alcançar +2, o que a tornará tão brilhante quanto a estrela Polaris, a Estrela do Norte (Space.com). Este evento será uma oportunidade rara e única tanto para astrónomos profissionais como para amadores de observarem uma nova em tempo real (Spaceweather.com).
Embora não se possa prever exatamente quando a explosão ocorrerá, ela está projetada para acontecer entre agora e setembro de 2024. Quando acontecer e se acontecer, a T CrB será um espetáculo impressionante no céu noturno, posicionada na constelação Corona Borealis (Coroa Boreal), facilmente localizada entre as constelações de Hércules e Boötes (Spaceweather.com).
Classificação e Composição: Theta Coronae Borealis é uma estrela binária espectroscópica, o que significa que a sua natureza binária foi descoberta através do estudo do seu espectro. A estrela principal é uma gigante de tipo espectral K0 III, e a sua companheira é uma estrela de tipo espectral G0 V. Esta combinação resulta em algumas interações interessantes entre as duas estrelas.
Distância e Visibilidade: A estrela está localizada a aproximadamente 380 anos-luz da Terra. Com uma magnitude aparente de cerca de 4,13, Theta Coronae Borealis é visível a olho nu sob boas condições de observação, embora não seja uma das estrelas mais brilhantes do céu.
Sistema Binário: Como mencionado, Theta Coronae Borealis é um sistema binário espectroscópico. Isso significa que as duas estrelas estão tão próximas que não podem ser resolvidas separadamente por meio de telescópios óticos convencionais, mas a sua presença pode ser inferida através das variações no espectro da luz que emitem. O período orbital das duas estrelas é de cerca de 17,4 anos.
Variabilidade: Theta Coronae Borealis é também uma estrela variável, o que significa que a sua luminosidade varia ao longo do tempo. Este tipo de variabilidade é interessante para os astrónomos porque pode fornecer informações sobre a dinâmica do sistema binário e as propriedades físicas das estrelas.
Espectro e Metalicidade: O estudo do espectro de Theta Coronae Borealis revela que tem uma metalicidade (abundância de elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio) um pouco maior que a do Sol. Isso sugere que a estrela pode ter se formado a partir de uma nuvem de gás que já havia sido enriquecida por gerações anteriores de estrelas.