Não acreditando na estabilidade governativa após o golpe de 1 de Dezembro de 1640, que conduziria D. João IV ao poder, alguns membros da igreja e da nobreza rebelaram-se contra a reposição da nacionalidade. Não eram muitos os fidalgos que discordavam do golpe contra os Filipes, mas entre eles estava o Arcebispo de Braga e o Marquês de Vila Real, ainda aliciaram o contador da fazenda Luiz de Barros que os denunciou e foram todos presos. O julgamento e a sentença foram executados em poucos dias. O marquês de Vila Real e o Duque de Caminha seu filho, mais o Conde de Armamar de 24 anos foram degolados. O Arcebispo foi encarcerado e morreu pouco depois.
A mansão que no séc XX pertenceu ao poeta Afonso Lopes Vieira, foi a propriedade de férias dos Marqueses de Vila Real, em São Pedro de Moel. Para estas paragens se refugiavam muitas vezes para caçarem.
O filho dos marqueses, Miguel Luís de Menezes, Duque de Caminha, era casado com D. Juliana Maria Máxima de Faro. Também ele perderia a cabeça ao ser aliciado pelo pai pois D. João IV não poderia permitir que conspiradores que queriam de novo devolver Portugal ao jugo castelhano, se mantivessem capazes de empreender tal loucura.
A duquesa de Caminha ficou completamente desesperada perante a execução tão rápida da sentença, que não lhe deu tempo para mover as suas influências na corte.
Perante tão dramático desfecho, a Duquesa de Caminha refugiou-se na casa dos sogros em S. Pedro de Moel, de onde nunca mais saiu. Diz a lenda que, diariamente passeava junto ao mar até ao mais alto promontório onde em pranto, recordava o seu marido perdido para sempre. Desde esse tempo aquele “balcão” sobre o mar passaria a ser chamado pelo povo por “Penedo da Saudade”. E os mais velhos diziam que, em noites de tempestade, se ouviam os queixumes da Duquesa de Caminha ao longe, para lá da bruma…
No dia 8 de Maio de 1950, a Câmara Municipal da Marinha Grande atribuiu a uma rua de S. Pedro de Moel o seu nome.