Mais de 50 anos depois do primeiro homem ter pisado a Lua e a viver-mos em pleno século XXI ainda há muita gente a duvidar. Mas será que o homem foi mesmo à Lua?
Quando o astronauta Neil Armstrong pisou a Lua pela primeira vez, no dia 21 de Julho de 1969, milhões de pessoas em todo o mundo consideraram o feito um dos mais notáveis da história do homem.
Porém, para uma pequena organização intitulada Sociedade Internacional da Terra Plana a façanha não passou de um truque de ficção cientifica habilmente encenado.
Segundo os membros desta organização, as palavras históricas de Armstrong, ao descer do módulo Eagle para a poeirenta superfície lunar, a 400 000 km da Terra – “um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a Humanidade” – apenas poderiam ter sido concebidas por um autor de argumentos cinematográficos.
A ciência retorcida
No que respeita às fotografias, “supostamente” tiradas no espaço e que apresentam a Terra como uma esfera rotativa, resultam, segundo os adeptos “terraplanistas”, demasiado grotescas para merecerem qualquer comentário.
Contrariamente à crença generalizada, afirmam eles, que não é a Terra que roda em torno do Sol, mas sim este que gira em redor da Terra.
A sociedade, cujo número de membros não é rigorosamente estabelecido, mas que se calcula ser inferior a 100 (apesar de que os seus líderes contestarem que o número ascende a 3.500), recusa-se a aceitar grande parte do pensamento moderno sobre a forma da Terra, considerando-o um puro absurdo, e afirma que toda a raça humana está a ser vítima da maior mistificação da História.
Desde a sua sede em Lancaster, na Califórnia, este grupo edita um sem-número de boletins e panfletos, e agora na era digital através das redes sociais, contra os males da ciência. A sociedade, fundada circa 1800 na Grã-Bretanha e na América, descende, segundo o seu presidente americano, Charles Johnson (falecido em 2001), da Sociedade Zetética, que adquiriu o nome de uma escola filosófica de cépticos da antiga Grécia.
Manteve-se com este nome até 1956, altura em que o novo secretário, William Shenton, de Dover, no Kent, Inglaterra, o alterou para o titulo actual.
A forma da Terra Plana
A sociedade defende que a Terra é plana e as massas continentais se agrupam em torno do Pólo Norte. A região antárctica não é a compacta massa insular que se supõe. Será na verdade uma cintura impenetrável e fria de gelo que rodeia a Terra. Os defensores da Terra Plana argumentam ainda que as expedições trans-antarcticas nunca se realizaram. Os exploradores, teriam sido enganados por deficiência dos seus instrumentos, e limitaram-se a descrever um arco dentro daquela cintura.
Shenton, que morreu em 1971, também argumentava sobre a natureza do espaço. Assegurava que a Lua media apenas 50 km de diâmetro, e não os 3.400 oficialmente estabelecidos, e que se encontrava a 4.000 km de distância da Terra.
O Sol, de dimensões ligeiramente superiores às da Lua, encontrar-se-ia apenas a 5.000 km da Terra, e não a 150 milhões, como as pessoas haviam sido levadas a crer.
“Imaginam que espécie de Verões teríamos se o Sol se encontrasse tão afastado como crêem os cientistas?“, zombava ele. No que respeita às estrelas, considerava-as corpos de dimensões reduzidas, afastadas da Terra alguns milhares de quilómetros!
Porém, se a Terra é plana, como aquela sociedade insiste, levanta-se a questão de saber o que existe do outro lado. Shenton afirmou que do outro lado existia água, mas confessou-se perplexo quanto ao que se encontraria sob as águas.
Foi Deus que criou a Terra assim
A sociedade afirma que se apoia na Biblia, argumentando que Moisés, autor dos primeiros livros do Antigo Testamento, mencionou o céu em cima, a água por baixo e a Terra entre ambos. Shenton convenceu-se pela primeira vez de que a Terra era plana e imóvel em 1918, no fim da I Guerra Mundial.
Foi então que lhe surgiu a ideia de fundar uma companhia de transportes internacionais usando balões, ocorreu-lhe que, se a Terra tinha um movimento de rotação, como lhe haviam ensinado, bastava fazer subir o balão, pois, não havendo ventos, este manter-se-ia na mesma posição até se encontrar sobre o seu local de destino.
A viabilidade deste processo, porém, assentava na presunção de que a Terra rodava de facto sobre si mesma – um princípio que Shenton não perfilhava. Uma vez que a Terra era, na realidade, estacionária, o local de lançamento permaneceria imóvel, ou seja sob o balão.