“ad futuram memoriam” ou “para memória futura” de uma artigo de opinião publicado no Boletim RNOA de Outubro de 1997, sobre o sucesso que foi a campanha de Astronomia no Verão de 1997.
João Clérigo
Por todo o país soam as vozes de contentamento dos participantes e dos monitores envolvidos nesta acção promovida pelo MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia).
O encerramento oficial desta actividade de verão (com mais tempo mau do que bom em maior parte dos locais), teve lugar na cidade de Leiria no dia 20 de Agosto, onde o ministro Mariano Gago esteve presente.
A actividade científica “pode ser popular”, constituindo uma importante “fonte de motivação para gente de diferentes idades e profissões”, comentou o ministro da Ciência e Tecnologia.
Mariano Gago, na sua participação, junto à Fonte Luminosa de Leiria, na sessão de encerramento formal do programa “Astronomia no Verão/97”, disse que “a sociedade quer saber e aprender”, acontecendo uma “explosão” de interesse desde que “se sublinhe que é importante a actividade que um conjunto de pessoas dedicadas quer fazer em prol dos outros”.
Segundo o membro do Governo, “isto acontece na ciência como acontece no teatro ou na música”, estando assim justificado o sucesso do programa “Astronomia no Verão” que, para alem de milhares de observações astronómicas proporcionadas a gente de todo o país, terá contribuído para “uma grande renovação do associativismo” no sector, “estando a passar-se nesta área o que se passa noutras, como na defesa do Ambiente”.
Já está garantido que em 1998 teremos a continuação do programa, com Mariano Gago a expressar o desejo de que as iniciativas se alarguem a todo o ano, na certeza de que “a oferta cultural nas cidades do país passa pela divulgação científica, e na divulgação científica passa pela Astronomia, como actividade lúdica e cultural”.
Uma das grandes apostas do Ministério da Ciência e da Tecnologia é a dotação de todos os distritos do país de centros fixos da “Rede Ciência Viva”.
“O primeiro centro foi inaugurado no início de Agosto no Algarve e já teve muitos milhares de visitantes”, disse Mariano Gago, acrescentando que o objectivo do seu gabinete e’ “nos próximos dois anos, cobrir a quase totalidade dos distritos do país, em parceria com as autarquias e entidades de cariz científico e educacional”.
Serão “centros interactivos de ciência para o grande publico, com especial atenção aos mais novos”, explicou o governante.
Segundo o presidente da RNOA, terão passado pelos telescópios do distrito de Leiria, este ano e só no mês de Agosto, quase uma dezena de milhar de pessoas, possibilitando a observação de planetas (desde Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno), enxames de estrelas, galáxias e nebulosas.
Neste último dia do encerramento contou-se ainda com a presença do miniplanetário dirigido pelo prof. Paulo Simões, o Prof. Máximo Ferreira com o Observatório Móvel, o qual percorreu Portugal de “fio a pavio”, e ainda a presença da Dr. Rosália Vargas e Prof. Cândido Marciano do Programa Ciência Viva. Os visitantes à tenda que a RNOA disponibilizou, puderam dispor de uma mostra de imagens de Marte e Internet com livre acesso, onde durante toda a sessão, visitantes podiam viajar no ciberespaço científico. Ainda na tenda podia-se observar trabalhos efectuados pelo projecto ASTRONOMIA NAS ESCOLAS, de entre os quais a construção de telescópios.